20 de jun. de 2011

Eclesiastes - O Pregador – Classe Samuel 2t/2011
Recapitulação e Capítulos 7 a 10

O que te faz refletir? – Capítulo 7
Essência - aparência
Morte - vida
Tristeza - riso
Luto - alegria
Repreensão - canção
Fim - começo



Quando os dias forem bons, aproveite-os bem;
mas, quando forem ruins, considere:
Deus fez tanto um quanto o outro,
para evitar que o homem descubra qualquer coisa sobre o seu futuro.
(Ec 7.14)

Cuidado com os excessos. Busque o equilíbrio. Não seja ‘certinho’ demais. Aprenda a surfar. Tive um amigo que gostava de pegar onda. Ele dizia que existem duas regras básicas, muito valiosas para quem vai entrar no mar: a primeira é aceitar que o Mar é muito mais forte e portanto, respeitá-lo. E em momento algum se opor à força dele, mas contorná-lo pacientemente. Quando uma corrente marítima te envolver, ensinava ele, não adianta nadar contra ela, se cansar à toa e não sair do lugar. A única solução é deixar-se levar e, aos poucos, sair de lado. Isso exige calma, e só se consegue voltar à areia depois de muito tempo e bem longe do ponto em que havia entrado na água. A segunda regra é que se, na arrebentação caísse, o jeito era aceitar a queda e ficar quietinho no fundo, esperando que o mar se acalmasse. Se me arvorasse para lutar contra a onda e voltar rapidamente à tona, a força da água me empurraria novamente para o fundo.

Muita calma nessa hora – Capítulo 8



Pois há uma hora certa e também uma maneira certa de agir
para cada situação. O sofrimento de um homem, no entanto,
pesa muito sobre ele,visto que ninguém conhece o futuro.
 Quem lhe poderá dizer o que vai acontecer?
(Ec 8.6 e 7)

Vimos que há tempo para tudo, que o mundo que vemos debaixo do sol é construído pelas pessoas injustas. E voltando ao capítulo 7.1, que o bom nome é o melhor a se construir. Não enfrentar os poderosos. Há uma hora certa de agir. Quem se precipita perde a razão. Segure a onda e aja com sabedoria. Para que consiga fazer isso você precisa partir do pressuposto de que a vida é injusta e tudo é vaidade, tudo é como correr atrás do vento e tudo isso acontece aqui ‘debaixo do sol’.
Que esperança é essa que o sábio apresenta nos versículos 12 e 13? Qualidade de vida ainda que a quantidade seja pequena para quem teme a Deus; é isso mesmo que o Koherlet afirma que sabe? É. Foi isso mesmo que lemos na escritura. É sem sentido, mas é a realidade. Finalmente é imperdível a recomendação, tão repetida pelo sábio ao longo do livro. Leia os versículos 15 a 17 deste capítulo oito.

Sabemos o fim do caminho. O que faremos no percurso? - Capítulo 9



Refleti nisso tudo e cheguei à conclusão de que os justos e os sábios,
e aquilo que eles fazem, estão nas mãos de Deus. O que os espera, se amor ou ódio, ninguém sabe. Todos partilham um destino comum: o justo e o ímpio, o bom e o mau, o puro e o impuro, o que oferece sacrifícios e o que não oferece. O que acontece com o homem bom, acontece com o pecador;
o que acontece com quem faz juramentos,
acontece com quem teme fazê-los.
(Ec 9.1 e 2)

Você não tem controle
‘Este é o mal que há em tudo o que acontece debaixo do sol: O destino de todos é o mesmo’. O Senhor Jesus parece voltar a este tema apresentado pelo sábio, como havia afirmado: “o sol nasce sobre justos e também os injustos” Mt  5.45. Não tente explicar tudo. Faltam peças nos quebra-cabeças para nós que estamos ‘debaixo do sol’. A única certeza que temos é que morreremos. Sabemos o fim que nos espera. Se o ímpio sofre, não se iluda; crer em Deus não é um escudo protetor contra o sofrimento. Vale à pena afirmar que o sábio não está fazendo afirmações teológicas; lembre-se que a preocupação dele não tem nada a ver com o mundo do além. O que o Kohrelet afirma é: você está vivo, portanto viva (9.7-10)! Não deixe para amanhã! Você não sabe se essa oportunidade existirá quando o amanhã chegar, se chegar. Viva! E o que é viver para ele? Comer, beber, vestir-se, ungir-se, desfrutar, fazer (trabalhar).
Permita-me compartilhar o que aprendi nesta semana numa palestra com o psicanalista Luis Albero Py que participou do evento ‘Poucas e boas sobre a felicidade’. Py afirmou que o que nos diferencia dos animais é a consciência do futuro. Essa consciência, desenvolvida desde cedo, nasce do aguardar infantil e do controle sobre o hoje na esperança da idealização no amanhã. O exemplo dado foi do controle físico da criança sobre o corpo na busca da aceitação dos adultos cuidadores. “Ainda não, não chegou a hora”. Não gostei”, ‘não gosto de você quando age dessa maneira’. Daí surge a questão de como a criança interpreta isso em sua tenra idade: Ele não gostou de mim. Tenho que me controlar para que ele passe a gostar, me aprovar, me querer. Daí a criança começa a imitar ‘os grandes’, para ser aprovada por eles. Em seu desenvolvimento a criança demora a entender, algumas vezes nunca entende, que aquele ‘não gostei’ não diz respeito a ela, mas as suas atitudes, ao que ela fez. No fundo é isso. A gente, assim como crianças grandes, demora a entender que pai e mãe gostam da gente independente do que a gente faça. É didático. A prova disso é a quantidade de mães na porta dos presídios, cadeias, casas de recuperação. Sabem por que? Amor de mãe e pai, de uma forma geral é claro, são amores do tipo incondicionais. Se Deus é nosso pai perfeito, não se iluda, ele vai nos amar sempre (Lc 11.123).
Aplicação do óleo no mundo antigo:
Na cabeça
O derramamento de óleo sobre a cabeça de um homem indicava que este homem havia sido separado para uma determinada tarefa a serviço do Senhor. I Samuel 1.1; Salmo 23.5
Também era usado sobre a cabeça com efeitos cosméticos: Eclesiastes 9.8
No rosto
A unção do óleo no rosto tinha como objetivo a hidratação e a proteção contra as forças da natureza: Salmo 104.15
Nos pés
Como já foi dito, este ato estava normalmente relacionado com uma recepção digna e alegre de um hóspede bem-vindo: Lucas 7.38
Sobre as feridas
Neste caso o óleo é utilizado como medicamento, sendo que através de suas propriedades curativas próprias, ou em combinação com ervas ou outros produtos, era deitado sobre as feridas. Há muitos relatos deste tipo de procedimento na literatura talmúdica, e alguns na própria Bíblia Sagrada, os quais já foram anteriormente citados. II Reis 20.5-7

Impresivibilidade da vida (Porque nem sempre...) Cap 10



Os velozes nem sempre vencem a corrida;
os fortes nem sempre triunfam na guerra;
os sábios nem sempre têm comida;
os prudentes nem sempre são ricos;
os instruídos nem sempre têm prestígio;
pois o tempo e o acaso afetam a todos.
Além do mais, ninguém sabe quando virá a sua hora: Assim como os peixes são apanhados numa rede fatal e os pássaros são pegos num laço, também os homens são enredados pelos tempos de desgraça que caem inesperadamente sobre eles.
(Ec 9.11 e 12)

Somos como peixes apanhados numa rede, ou um pássaro caindo numa arapuca? Quem lançou a rede? Quem montou a arapuca? Não tente entender. Não tente explicar. Aceite. Encare a vida com sabedoria. Você tem a capacidade de pensar e isso dá consolo à tua alma. Reflita e faça o que deve ser feito. Amole teu facão para o esforço ser menor, planeje e seja flexível aos embates naturais da vida (Ec 10.1-12). Veja os exemplos que o sábio oferece:
Mosca morta; o andar do tolo; perseguição injusta/tranquilidade; ricos escondidos no segundo escalão; injustiça; imprudência.
Nobreza, trabalho, justiça e cuidado com as palavras (Ec 10.17 a 20).

Ouça e veja o vídeo da música Epitáfio – Titãs



Bibliografia:
O Livro Mais Mal-humorado da Bíblia
Autor: Kivitz, Ed René
Editora: Mundo Cristão 

Eclesiastes - O Pregador – Classe Samuel 2t/2011

Recapitulação e Capítulos 5 a 7 – Dinheiro


Pé, ouvido e boca.

Não te precipites com a tua boca, nem o teu coração se apresse a pronunciar palavra alguma diante de Deus; porque Deus está nos céus, e tu estás sobre a terra; assim sejam poucas as tuas palavras.
(Ec 5.2)

Guarda o pé!
Jo 1.17 e Ex 3.5
E haja marretada do Kohrelet! Naquela lista de desejos de livros para ler, que todos nós temos, está o livro do rabino Nilton Bonder, intitulado “Tirando os sapatos.” Ouvi a entrevista no Jô e li os artigos relacionados ao tema. Bonder viajou pelo caminho de Abraão e durante o percurso com outros representantes de outras crenças e a divergência de ideias, lembrou-se da experiência de Moisés e percebeu que precisava tirar os sapatos. Tirar os sapatos, é tocar no chão, é viver o momento e o lugar. É perceber que é da terra (debaixo do sol), por isso limitado. Tirar os sapatos é estar sem proteção. Tirar os sapatos é abrir a mente para novas falas, a alma para abrigar o “outro“, libertar-se de convenções e de formatos preestabelecidos. Não é calçando os sapatos do comodismo, dos sistemas de seguranças caros e avançados, da auto-imagem elevada, do conhecimento prévio (tipo ‘já sei’) que vamos conseguir travar intimidade com Deus, ou com o próximo. É preciso tirar os sapatos, guardar o pé para relacionar-se. E assim, com os pés no chão, Nilton Bonder ensina uma ensina uma preciosa lição: mais importante que o destino da viagem é o caminho percorrido.
Há um limite bem estreito entre a liberdade e o abuso. Quando afirmamos que cada crente é livre diante de Deus, estamos falando daquela liberdade responsável. Sabemos que, se as Escrituras afirmam: "Onde há o Espírito do Senhor, aí há liberdade", também determinam que: "Tudo deve ser feito com decência e ordem". Sim, liberdade com ordem! Foi Salomão, o construtor do maior templo dedicado a Deus em sua época, quem fez a afirmação que serve como tema dessa exortação: "Guarda os teus pés quando entrares na casa de Deus". Guardar os nossos pés significa: Reverência nos átrios da casa do Senhor. As nossas atitudes na casa do Senhor devem falar da nossa santa reverência pela Sua presença.
Intimidade e reverência!

"Nossa reverência a Deus é uma prova do reconhecimento da Sua santidade."

Abra os ouvidos! Hb 2.20
Cale a boca! Ec 7. 6 e 7; Ec 10.3; PV 18.7
Não seja tolo. Você sabe o que é um tolo?
1.Que diz ou pratica tolices; sem inteligência ou sem juízo. 2.Tonto, simplório, ingênuo. 3.Boquiaberto, pasmado. [Sin., nessas acepç., muitos deles pop. ou de gíria e alguns bras.: abestalhado, abobado, abobalhado, abobarrado, amalucado, aparvalhado, apatetado, apombocado, assonsado, atolado, atolambado, atoleimado, babaca, babão, babaquara, baboso, badó, bajoujo, basbaque, bobo, bobó, boboca, bocó, bolônio, calino, chapetão, débil, idiota, imbecil, leso, lorpa, maluco, mandu, paca, pacóvio, palerma, palúrdio, parvo, paspalhão, patego, pateta, patola, pongó, sambanga, saranga, sarango, Sebastião, soronga, sorongo, tabaca, tonto e zote.] 



DINÂMICA DE GRUPO 1 : “AFETO” - COMO USO MEU DINHEIRO ?
Fazer uma analogia com o assunto: sentimento e materialismo; Como as pessoas coordenam o lado afetivo e o lado material.
Distribuir as notinhas de dólar e pedir para os alunos colocarem respostas objetivas, com no máximo 2 palavras para as questões.
Fazer uma rodada pedindo para que cada integrante fale sua resposta.
Pedir para que eles troquem a palavra dinheiro pela palavra AFETO.
As frases:

Eu nunca dou dinheiro; Eu dou dinheiro se
Eu peço dinheiro...
Eu empresto dinheiro...
Eu cobro meu dinheiro...
Eu controlo meu dinheiro...

Dinâmica 2- Sorriso Milionário?
Material: bolinhas de papel imitando dinheiro, amassadas.
    Essa dinâmica é usada para descontrair e integrar o grupo de uma forma divertida. Cada bolinha vale R$1.000,00. O professor distribuirá para cada pessoa do grupo 5 bolinhas de papel, essas deverão estar dispersas no local onde será realizada a brincadeira. Dado o sinal os alunos deverão sair e procurar um companheiro, em seguida devem parar na sua frente, olhar fixamente nos olhos desse companheiro que por sua vez não pode sorrir. Quem sorrir primeiro paga uma bolinha para a pessoa a quem sorriu. Vence quem terminar a brincadeira com mais "dinheiro", e mais mal-humorado, que será o milionário.



Abertura da novela, 1975, Pecado Capital, com a música Dinheiro Na Mão É Vendaval – Paulinho da Viola




Ganância (Ambição desmedida).
A ganância leva os homens
para as frias ruas do egoísmo... Devasta o amor, a paz, a solidariedade, empurra a bondade para o abismo. Caminha indiferente aos apelos, pisa os que se interpõem em seu caminho, esmaga a tantos em seus atropelos, perfura a todos com seus espinhos. A ganância caminha sem compaixão, destrói convivência pacífica, sonhos, encarna Caim, leva em seu cerne indiferença sem fim e no final do caminho mergulha num lago de solidão. A ganância é um poço sem fundo, inimigo-mor que destrói a perfeição, na sua voracidade esvazia e destrói o mundo, faz da vida um palco em confusão!
Carmen Vervloet



"Quem amar o dinheiro jamais dele se fartará; 

e quem amar a abundância nunca se fartará da renda;
também isto é vaidade.
(Ec 5.10)


Quem ama o dinheiro quer ser rico. Ser rico é ter mais do mesmo. Mas, o que é ser rico? Um grande economista global, disse que ser rico é uma coisa muito relativa. O que você entende por riqueza pode ser totalmente diferente da minha concepção. Para mim, riqueza é isso:
Dormir sem preocupações com as contas que não vai conseguir pagar amanhã
Não depender financeiramente de ninguém
Não precisar se matar de trabalhar, em um emprego desgastante ou numa atividade que não gosta.
Não é o montante de dinheiro conseguido "do nada" que determina teu sucesso financeiro. É o uso inteligente de tua grana no dia a dia, do teu salário, mesmo sendo pouco. É possível!


Dinheiro é uma potestade, ou seja ele tem poder em si mesmo. 
Exerce poder sobre as pessoas (Mt 6.24 - Mamom).
O dinheiro como uma potestade exige devoção; tem a tendência de conduzir as pessoas para longe do verdadeiro Deus.
O dinheiro possui muitas características de um deus: dá segurança; dá liberdade; dá poder (sensação de onipotência); parece onipresente.
Um dos problemas mais sérios do dinheiro é que ele, como um deus, reivindica a lealdade e o amor que somente pertence ao verdadeiro Deus.
Temos que aprender a usar o dinheiro que Deus nos dá, sem amar o dinheiro. Sem ser usado por ele.
O dinheiro pode ser um incentivo quando bem usado e administrado.
A Bíblia nos fala de várias pessoas ricas que andaram com Deus e foram uma benção para o próximo (Jó, Abraão, Salomão).


Escravo do dinheiro – o pobre que só raciocina em torno do dinheiro que não tem é escravo dele também. É claro que o mesmo acontece com o rico.
Não é o coração que vai na frente, é o tesouro que vai na frente. Se você começar a gastar muito dinheiro com o Flamengo, teu coração vai atrás do Flamengo. Para nós o que vale é a intenção, para Jesus o que vale é a ação. O que eu faço denuncia minha intenção. Daniel diz: eu não quero me tornar um babilônico, por isso não como a comida do rei. Não faço o que o rei faz. Lembra-se da história dos dois filhos? Um diz que vai e o outro não vai (Mateus 21.28 a 31).  O que disse que não iria acabou indo.

Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda a espécie de males; 

e nessa cobiça alguns se desviaram da fé, 
e se traspassaram a si mesmos com muitas dores.

1 Timóteo 6:10



Mamon é um termo, derivado da Bíblia, usado para descrever riqueza material ou cobiça, na maioria das vezes, mas nem sempre personificado como uma divindade. A própria palavra é uma transliteração da palavra hebraica "Mamom" (מָמוֹן), que significa literalmente "dinheiro". Como ser, Mammon representa o terceiro pecado, a Ganância ou Avareza; também é um dos sete princípes do Inferno. Sua aparência é normalmente relacionada a um nobre de aparência deformada, que carrega um grande saco de moedas de ouro, e "suborna" os humanos para obter suas almas. Em outros casos é visto com uma espécie de passáro negro (semelhante ao Abutre), porém com dentes capazes de estraçalhar as almas humanas que comprara.

Eclesiastes 7.14 a 21 e as conclusões:

Cuidado com o demasiado!
Cuidado com o exagerado!
Compare a vida do homem de fé e o que não tem a fé em Deus. Tudo que “acontece debaixo do sol” é o mesmo tanto para um quanto para o outro, não é? Crente fica desempregado e não-crente também. Então, qual a diferença entre os dois? É que um recebe tudo como vindo das mãos de Deus, entendendo que tudo veio dEle.  O que vem dEle, como água que da cachoeira, brota, procede dEle.. Tudo é por Ele e para Ele, porque eu sou dEle. A diferença entre quem tem a Cristo e quem não tem é quem experimenta a vida com Cristo; não se basta e tem a quem recorrer (Rm 11.36).
Curioso que quando você não vive para si, aí então aprende a abrir mão. Jesus ensina isso. “Quer me fazer feliz?” perguntaria Jesus e continuaria: não deposite tua oferta num pote e vá embora; faça pelo teu próximo, criado à imagem de Deus, e o próprio Senhor da vida vai se agradar de tua oferta. Entregue o que você tem de melhor para Deus. Sabe o que vai acontecer? Deus vai te devolver e dizer: agora cuide disso pra mim?

Ouça o Tributo a Yehovah, com Adhemar de Campos




Se você desejar pode fazer um teste de como tem administrado o teu dinheiro



Bibliografia:
O Livro Mais Mal-humorado da Bíblia

8 de jun. de 2011

Trabalho de casa - Eclesiastes

Trabalho de casa:
1 - Quanto você precisa para ser feliz?

2 - Dinheiro traz felicidade? Justifique.
Eclesiastes - O Pregador – Classe Samuel 2t/2011
Recapitulação e Capítulo 4 – Injustiça


"A injustiça em qualquer lugar
é uma ameaça à justiça em todo lugar."
(Martin Luther King)

Estamos estudando o livro da reflexão. O texto da revelação que mais se aproxima da filosofia. O pregador – O ‘kohrelet’ – está analisando tudo que passa debaixo do sol. Não há, à primeira vista, uma olhada para o que está além do visível, do palpável, do que pode ser observado do metafísico.
Recordemos: Tudo que está debaixo do sol é fútil, vazio, névoa da nada, bola de sabão, vaidade, correr atrás do vento... e mais, ‘vaidade da vaidades’, ou seja, como vimos superlativo hebraico = vaidadíssima! (Ec 1.1)
Depois o pensador vai dizer que tudo é monótono, repetitivo, tedioso (Ec 1.4-10)
Não fique triste, mesmo observando o que acontece ‘debaixo do sol’ nosso querido Kohrelet nos deixa uma brecha de esperança. “Não há, contudo, lembrança por parte das gerações passadas, assim como não haverá lembrança por parte das gerações futuras do que agora ocorre” (Ec 1.11). Por que esperança? Ora caro leitor, você e eu construímos a história de nossa geração, por mais previsível e tedioso que sejam os processos da natureza, nosso desafio é entender o que dá pra fazer com o que temos nas mãos. É como saborear uma fruta que nunca foi experimentada e descobrir nela o que o Kohrelet procura: o sentido da vida. E como ele vai procurar esse sentido?
Aplicando o coração e mente para pesquisar e inquirir sobre tudo que já foi realizado sob os céus - ou debaixo do sol - (Ec 11.13).
Então a sabedoria não está na relação do que é névoa de nada, como diz o verso 2? Engano. Até a sabedoria e o conhecimento, ou a insensatez e a loucura estão no mesmo nível da vaidade das vaidades (Ec 1.17). Esta é a pesada tarefa que Deus impôs aos homens: pensar, pensar, refletir...(Ec 1.14).
Agora o pensador vai experimentar de tudo. É isso mesmo, pense em tudo que existe no mundo ligado à satisfação, prazer, realização. Tudo que você gosta de fazer. Aliás, quais são tuas preferências em relação a este mundo (Ec 2)?
Alegria? Eu só quero é ser feliz... (2.1-2)
Bebida? Ele diz: bebi todas... (2.3)
Grandes obras? Fiz de tudo... (2.4-7)
Dinheiro? Fui podre de rico... (2.8)
Artes? Sou o suprassumo da história da arte... (2.8)
Poder? Fala sério ‘eu sou o cara’...(2.9)
E o que adiantou tudo isso? Nada. Tudo inútil, fútil, vão...(2.11-14)
Ser sábio ou tolo é a mesma coisa (2.15-21). O sábio vai construir tudo e deixar para o próximo que, como o tolo, não fez nada para possuir. O resultado: frustração (2.21-23). Frustrante? Calma. Mais uma vez o pensador deixa brecha, mesmo olhando debaixo do sol ele diz: “compreendi que só por Deus pode ser concedido...opa! Dádiva! Viver a vida como uma dádiva. O que tenho que posso desfrutar? “A melhor coisa que alguém pode fazer é comer, beber e se divertir com o dinheiro que ganhou” (Ec 2.25).
Daí surge o que estudamos no encontro passado: Há tempo para todo propósito debaixo do sol. Tudo o Senhor, dadivoso, fez formoso no seu tempo apropriado. ”Carpe diem”...tá lembrado? (Ec 3.1-14)
Até aqui a recapitulação!
Mas cuidado com esse papo de aproveite o dia, viver intensamente! Hoje viver intensamente é chegar ao limite da loucura! Viver intensamente é ...


Veja o vídeo “Muito Além do Papel de Um Jornal” – on line, on time, full time, você faz acontecer!


Daí surge a injustiça. O levar vantagem em tudo. O mundo do eu sozinho. No lugar onde deviam estar a justiça e o direito, o que a gente encontra é maldade (Ec 3.16) – veja ainda o vídeo desta semana de Amanda Gurgel em seu depoimento sobre a educação e a angústia de um professor em sala de aula, ou ainda do enfrentamento dos bombeiros com o BOPE aqui em nossa cidade.


Mesmo observando tudo que existe ‘debaixo do sol’, o Kohrelet vai chegar à conclusão que Deus é quem vai julgar a todos e é Ele quem tem o controle sobre todas as coisas (Ec 3.17 e 18). E daí? Deixou de observar o que acontece debaixo do sol? Eu perguntaria ao querido pensador? Não, ele me responderia. O que ele apresenta como conclusão é patético. Vendo a injustiça neste mundo ele diz: homens e animais estão no mesmo nível. Veja você mesmo se não é aviltante ler ou ouvir essas palavras:
Disse eu no meu coração,
quanto a condição dos filhos dos homens, que Deus os provaria,
para que assim pudessem ver que são em si mesmos como os animais.
Porque o que sucede aos filhos dos homens, isso mesmo também
sucede aos animais, e lhes sucede a mesma coisa;
como morre um, assim morre o outro; e todos têm o mesmo fôlego,
e a vantagem dos homens sobre os animais não é nenhuma,
porque todos são vaidade. Todos vão para um lugar;
todos foram feitos do pó, e todos voltarão ao pó.
Quem sabe que o fôlego do homem vai para cima,
e que o fôlego dos animais vai para baixo da terra? (Ec 3.19 a 21)

Veja mais uma brecha, mais uma porta de saída para nosso consolo e reflexão:
“Assim, eu compreendi que não há nada melhor que a gente ter prazer no trabalho. Essa é nossa recompensa. Pois como é que podemos saber o que vai acontecer depois da morte?”

Capítulo 4
Mais uma vez ele se volta para a injustiça. (Ec 4.1)
Maltratados, sem ajuda dos poderosos. O poder está com o opressor.
Quem quer ter sucesso a qualquer preço é estimulado pela inveja.


Variações sobre a Inveja e o Poder
“O poder é, em grande parte, alimentado pela inveja. Inveja é o vício pelo qual a pessoa que o tem - e quase todos os seres humanos o ostentam - sente-se infeliz com a felicidade alheia.
Se perguntar a alguém, se é invejoso, sua primeira reação é afirmar que não é, mas à medida em que se auto-analisa, com sinceridade, verificará que, muitas vezes, sentiu-se infeliz por ver a felicidade alheia que não conseguiu para si.
Entre os guerreiros árabes, na luta que travavam pelo poder, costumava-se dizer que a grande felicidade era morrer depois do inimigo.
Carl Schmitt, ao escrever que a política é a ciência que opõe o amigo ao inimigo, desventrou a realidade do poder em que servir ao próximo é menos importante do que se servir dele, e a vitória do inimigo dói mais pelo êxito não ter sido seu.
Não apenas na política - a inveja, que leva a buscar sempre defeitos nos adversários para desmoralizá-los - mas em qualquer manifestação cultural, científica ou esportiva em que o poder esteja envolvido, esse vício é o senhor da festa.
No futebol - e também em outros esportes coletivos - quantas vezes se torce menos pela vitória do próprio time ou do melhor em campo, e mais pela derrota daquele que é o adversário mais constante do time do coração, qualquer que seja ele, mesmo que seja de outro país.
A maledicência é um dos frutos preferidos, principalmente na política. Quem busca o poder, lança suas sementes para conseguir a desmoralização do adversário que esteja nele investido no momento, ou que pretenda obtê-lo. Tudo é válido, inclusive a calúnia e outros procedimentos menos éticos, para que se consiga alijar o inimigo do posto que se deseja.
Não sem razão, em todos os períodos históricos e espaços geográficos, a luta política é malcheirosa, regada abundantemente pela inveja. Esse vício não permite que se elogie o que o adversário faz de bom, pois isso enfraqueceria a possibilidade de se suplantá-lo na disputa. A inveja, por fim, leva o aspirante do poder político, universitário, acadêmico, esportista ou de qualquer outra natureza, a viver uma permanente insatisfação, seja quando o obtém, porque passa a ter que defendê-lo contra quem o almeja, seja quando vê frustrada sua ambição de consegui-lo, pela infelicidade de assistir ao êxito dos que estão usufruindo daquilo que poderia ser seu.
Na verdade, entre os sete vícios capitais, que atormentam o ser humano, a inveja é a raiz de muitos deles.
Lutar contra ela no foro íntimo não é fácil, pois todos nós, em algumas circunstâncias, podemos também render-nos a seu império. É, porém, fundamental, visto que só se pode enfrentar a vida com serenidade, vivendo as vitórias e as decepções. É importante ter presente que, no curso de uma existência, nada valemos. O interregno de uma vida só valerá se conseguirmos semear nossa passagem, por mais humilde que seja, auxiliando o próximo, alegrando-nos com suas vitórias, entristecendo-nos com suas derrotas.
É insensato nos darmos muito valor, neste imenso universo em que nada somos.


Ives Gandra Martins  - Variações sobre a Inveja e o Poder – artigo de jornal Mundo Lusíada.
Professor Emérito das Universidades Mackenzie, UNIFMU, UNIFIEO, UNIP e das Escolas de Comando e Estado Maior do Exército-ECEME e Superior de Guerra-ESG, Presidente do Conselho Superior de Direito da Fecomercio e do Centro de Extensão Universitária - CEU


É a velha máxima: tua derrota, minha alegria. Não importa eu perder, o importante é meu cunhado não ganhar! (Ec 4.4-5)


Epa! O papo era injustiça e sobre a injustiça social-institucional. O sábio deixa sob o julgamento divino e quando fala da injusiça nas camadas menores ele se volta para a inveja, para o particular? O que é isso pensador? Vou te dizer o que leio com isso: ensinamento.
Ele percebeu que não adianta observar o que se passa debaixo do sol sem mudar o seu comportamento, sem encontrar saída, sem achar sentido para a vida. Daí então ele diz:


Mais satisfação do que ambição
“Melhor ter pouco numa das mãos, com paz de espírito, do que estar sempre com as mãos cheias de trabalho, tentando pegar o vento” (Ec 4.6). Aqui volto ao Pr. Ed. René, no livro utilizado para essas lições. + Satisfação - Contentamento, alegria, deleite, aprazimento.
- Ambição - Desejo veemente de alcançar aquilo que valoriza os bens materiais ou o amor-próprio (poder, glória, riqueza, posição social, etc).
Opa! Aqui vejo uma ponte com o ensino de Jesus. Azar do Kohrelet que não sabia o que já sabemos agora e que foi ensinado ‘debaixo do sol’, lá na Galileia antiga: (Mateus 5 a 7 e Lucas 6: 20-49 – no Sermão do Monte). Nós valemos mais do que passarinhos, a vida é mais do que mantimento, mais do que vestido, mais do que poder...não é Salomão.
Melhor é a parceria do que a solidão!


Ouça Aline Barros (só no Youtube) e a música ‘O Cordão de Três Dobras’.

“Ninguém pode ser feliz sozinho...” quem disse isso? (Ec 4.7)
“Fundamental é mesmo o amor, é impossível ser feliz sozinho.” Tom Jobim
Esse texto tão usado, é verdade com alguma propriedade, para relacionamentos conjugais. Creio que vale para outras parcerias. Exectuando-se, é claro, esse papo de ‘dormir junto para se aquentar’... e ele termina usando o exemplo do jovem pobre ajuizado em contraste com o velho rei sem juizo. Que príncipio vemos nesta historieta? Seja humilde, sem marra, ouça os outros com atenção porque a glória é vã.
O ser humano é um ser de relacionamentos...foi criado para se relacionar. Pense nisso.


Veja no Youtube: Gal Costa e Wave de Tom Jobim (desculpe, não aguentei).


E para terminar como ‘crente’, ouça João Alexandre em Bem Melhor É Serem Dois do Que Um:



Bibliografia:
O Livro Mais Mal-humorado da Bíblia
Editora: Mundo Cristão