20 de ago. de 2014

Que grande amor!!

IBBT culto manhã 17 de agosto 2014. 
Enquanto observava o Oraci ao teclado, desenhava. Mais tarde, seguindo a liturgia o coro Arthur cantava uma das músicas de que mais gosto: 'Que grande amor, amor que é sem limite...' 
O corpo denunciava o início da dor. Dor no joelho, dor de dente. 
A dor, o silêncio, nos faz pensar.
Enquanto os olhos marejavam, pensando no vazio, no desafio de manter a linha. Afinal, 'ninguém tem nada a ver com sua dor", o coro insistia: 'Há um Deus que nunca muda e seu amor sempre é fiel..." ou, 'Eu só quero a verdade quando a dúvida vem me perturbar...'. 
Logo em seguida a mensagem do pastor Novaes sobre Habacuque 1. 
'Que grande amor, amor que é sem limites...'
Não dá para entender. Não cabe na 'caixinha' religiosa.
O que aprendi: Lamentamos, perguntamos e Deus fica quieto. Curioso, mas nada agradável, é que quando responde não faz como queremos. Daí fazemos pirraça e nem nos damos conta de quem é que manda. É preciso fé, vigilância, paciência e esperança.
O resto, bem o resto, é rabisco!

Até quando, Senhor, clamarei por socorro, sem que tu ouças? 
Até quando gritarei a ti: "Violência! " sem que tragas salvação?
Por que me fazes ver a injustiça, e contemplar a maldade? 
A destruição e a violência estão diante de mim; há luta e conflito por todo lado.
Por isso a lei se enfraquece e a justiça nunca prevalece. 
Os ímpios prejudicam os justos, e assim a justiça é pervertida.

Habacuque 1:2-4

10 de ago. de 2014

Guerra dos tronos 3 - Rei do reino

O rei do reino é Jesus. Ele é o que foi prometido ao longo dos tempos. Na perspectiva da história de Israel, tudo aponta para ele. Ele é a grande esperança da justiça, da paz, da sabedoria reinante.


...o qual foi prometido por ele de antemão por meio dos seus profetas nas Escrituras Sagradas,
acerca de seu Filho, que, como homem, era descendente de Davi,
e que mediante o Espírito de santidade foi declarado Filho de Deus com poder, 
pela sua ressurreição dentre os mortos: Jesus Cristo, nosso Senhor.

Jesus é o Messias! Jesus é o Cristo!
Mas o que ser esperava dele? Uma força política? Uma liderança militar? Um articulador social? Um revolucionário? O último rei, uma última dinastia, que o povo judeu estabelecera, veio da família dos macabeus, antes do poderio imperial de Roma. Não por acaso Herodes é chamado de 'rei dos judeus'. E também não sem justificativa existia, no meio do povo, um grupo chamado de herodiano. Eles, entendiam que Herodes era o messias. Bastava obedecer as ordens e a liderança vinda dele e a paz seria estabelecida. O próprio João, chamado de batizador, pregava no deserto contra os valores sociais, morais, religiosos e a exploração estabelecida em Roma. A vinda do messias, sob a perspectiva do pregador do deserto, era o tempo do 'machado ser posto à raiz das árvores.' Em outras palavras, João estava pregando o 'dia do juízo', o acerto de contas com o rei que haveria de chegar. Observe o texto de Mateus 11 e perceba como o grande profeta também desenvolveu, não sem referências anteriores, uma ideia de reinado, de messias, ligado a força política. É este mesmo ou devemos esperar outro? É a pergunta que João Batista faz por meio de seus alunos. Os discípulos de João vão procurar Jesus. Levam o questionamento de João e o mestre não dá resposta além do cumprimento da profecia feita por Isaías. João conhecia bem a promessa: 'os cegos vêem, os mancos andam, os leprosos são purificados, os surdos ouvem, os mortos são ressuscitados, as boas novas são pregadas aos pobres e feliz é aquele que não se escandaliza por minha causa. 
O evangelista João deixa o registro de Jesus: 'meu reino não é deste mundo', meu reino não é aqui. Jesus é o rei do reino. Mas o reino, o território, o espaço onde a vontade do rei é feita não é baseado nos valores que a sociedade (mundo) estabeleceu.  

Desde os dias de João Batista até agora, 
o Reino dos céus é tomado à força, e os que usam de 
força se apoderam dele.



9 de ago. de 2014

A guerra dos tronos 2 - Os evangelhos e o rei

A perpetuação da ideia de um reino em Israel tendo como referência o rei Davi é una construção feita ao longo de séculos. Era uma promessa divina:
          Também confirmarei o trono do teu reino, conforme a aliança que fiz com Davi,
          teu pai, dizendo: Não te faltará sucessor que domine em Israel. (2 Crônicas 7.18)
Mais do que uma promessa, a referência de Davi era uma expectativa potencializada. Imagine uma pessoa, ainda que seja um rei, sendo transformado em ícone. A cada novo representante a esperança do Messias. Cabe lembrar que a palavra messias significa, em hebraico, ungido. A palavra traduzida para o grego é Cristo. Então, Cristo=Messias=ungido. O rei recebia unção. A unção para o rei era o 'carimbo' da representação divina.
Todos os evangelistas tratam Jesus como o Cristo. A representação, a promessa cumprida, a expectativa plenamente satisfeita. Mateus já começa seu evangelho mostrando Jesus como filho de Davi (Mt 1.1). Marcos, o evangelista da ação, registra que até mesmo um mendicante reconhece Jesus como filho de Davi, com unção divina (Mc 10.47). Lucas, o evangelho dos excluídos, mostra o anjo falando com Maria que ela carregava o filho de Deus que herdaria o trono de Davi ( Lc 1.32). No evangelho de João, quando o povo estava diante da dúvida se Jesus era ou não o Cristo, o próprio Jesus responde ( Jo 7.42). Mas, de todos os evangelhos, o destaque para o Rei do Reino é feito por Mateus.
Mateus apresenta as parábolas do reino:
1-9;18-23 - Parábola do semeador
24- Parábola do Joio
31–32 - Parábola do grão de mostarda
33 - Parábola do fermento
44 – Parábola do tesouro.
45-46 - A pérola.
47- 49 - A rede
Não por acaso sete parábolas. Não sem propósito todas unidas pelo evangelista no mesmo bloco (capítulo 13). Em todas percebo que Reino, sob a perspectiva do Rei, está dentro. O semeador sai a semear a semente que vai para dentro do solo. O joio está misturado, dentro da plantação do trigo. O grão se transforma em árvore porque está dentro da terra. O fermento está dentro da massa. O tesouro está escondido, dentro do campo. A pérola está dentro da ostra que fica no fundo das águas. E, finalmente, a rede está mergulhada, dentro do mar e recolhe todo tipo de peixes.


continua









2 de ago. de 2014

Guerra dos tronos 1 - Filho de Davi

Reino. Este é um conceito que permeia praticamente toda Escritura.
Só no período do patriarcado, enquanto se desenvolvia o projeto de nação a partir de Abraão, não há registro de rei ou de reino. Mas, logo que este povo, depois de identificado como tal se estabeleceu, rumores, justificativas foram utilizadas usando o conceito de reino como referência.
De Josué até Samuel a terra viveu o período de maior turbulência em sua história. A justificativa da injustiça, da carnificina e desorganização fez com que o autor do livro, que parece ter vivido no período da monarquia, justificasse que 'naqueles tempos não havia rei em Israel' (Jz 21.25).
E foi sob o comando de Samuel que monarquia em Israel foi estabelecida. O reino unido teve apenas 120 anos. Quarenta para cada um dos três reis, Saul, Davi e Salomão. Destes três, a grande glória é a de Davi. Seu nome se transformou em marca, em parâmetro. Seu legado foi sem precedentes para a história de Israel.
O nome Davi, significa amado. As escrituras registram Davi como hábil guerreiro, poeta, instrumentista, político e,  sem dúvida, o maior destaque foi ser chamado de 'um homem afinado com o coração de Deus'.

Porém a tua casa e o teu reino serão firmados para sempre diante de ti; teu trono será firme para sempre.Conforme a todas estas palavras, e conforme a toda esta visão, assim falou Natã a Davi.
2 Samuel 7:16-17

Então o povo pediu um rei, e Deus lhes deu Saul, filho de Quis, da tribo de Benjamim, que reinou quarenta anos. Depois de rejeitar Saul, levantou-lhes Davi como rei, sobre quem testemunhou: ‘Encontrei Davi, filho de Jessé, homem segundo o meu coração; ele fará tudo o que for da minha vontade’. "Da descendência desse homem Deus trouxe a Israel o Salvador Jesus, como prometera.
Atos 13:21-23

É extraordinário perceber que a 'marca' de Davi vai se revelar em todos os registros a partir de então. Na chamada subdivisão histórica, mesmo depois do reino dividido, quando um rei era bom, no resumo de seus feitos, referendando o comportamento o autor registra: 'e fazia tudo que era bom aos olhos de Deus, como o seu pai Davi".


Os profetas, não poucas vezes, relembravam ao povo a promessa divina de que o reino de Davi não sucumbiria. O conceito e Messias é amplamente disseminado em todas as camadas sociais do povo.
Lembre-se que a palavra messias é sinônimo de ungido. Unção, neste caso é próprio de um rei.
Observe como esta mensagem, esse alimento de expectativa por um messias, implantou coragem e esperança para o povo em meio a tantas dificuldades.
O profeta Isaías, de maneira poética, deixa claro esta perspectiva:

Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu, e o principado está sobre os seus ombros, e se chamará o seu nome: Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz.
Do aumento deste principado e da paz não haverá fim, sobre o trono de Davi e no seu reino, para o firmar e o fortificar com juízo e com justiça, desde agora e para sempre; o zelo do Senhor dos Exércitos fará isto.
Isaías 9:6-7



continua